Descubra as possibilidades de formação para ingressar na área e as diferentes especializações e pós-graduação que podemos escolher para trabalhar no mundo dos dados

 

É natural que quem tem interesse em seguir na carreira de dados tenha dúvidas sobre por onde começar. Muitas pessoas ainda não conhecem as atribuições relativas aos cargos da área ou quais habilidades (sejam elas técnicas ou emocionais) necessárias para trabalhar no setor. Há perguntas sobre fazer ou não uma graduação, como se especializar na área, seguir a carreira acadêmica, quais as possibilidades de pesquisa etc. 

Abaixo, comento alguns cenários e perspectivas que envolvem a carreira de dados, principalmente relativos à trajetória na carreira acadêmica, para ajudar quem está pensando em mergulhar nesse fantástico mundo dos dados. 

 

Fazer ou não fazer uma graduação, eis a questão

Esse é um dos questionamentos que sempre irão surgir. 

A princípio, eu recomendaria fazer uma imersão na área de dados, ou seja, dar uma pesquisada e encontrar algum curso rápido ou de extensão que dê uma visão geral sobre a área, para compreender quais as possíveis atuações dentro dela e os seus desafios, e entender quais as técnicas e as tecnologias utilizadas pelas pessoas profissionais que trabalham com dados. 

Fazer uma graduação sem antes ter feito algum curso introdutório para conhecer (mesmo que superficialmente) a área de dados pode ser arriscado, porque no meio do caminho pode ser que você se dê conta que não era aquilo que você tinha em mente. 

Um caminho que costuma funcionar muito bem, principalmente com as pessoas autodidatas, é o autoaprendizado. Sabemos que é possível adquirir conhecimento através de livros, cursos, posts técnicos de comunidades com profissionais atuantes e dispostos a ajudar as pessoas interessadas, podcasts e canais no YouTube com conteúdos gratuitos de qualidade etc. 

Há até quem defenda que a graduação não é necessária na área de dados, que fazer apenas cursos será o suficiente. Contudo, esse caminho autodidata não inclui as muitas possibilidades de interação social, projetos de pesquisa e extensão que a vivência durante uma graduação oferece. 

Retomando assim a pergunta sobre cursar ou não uma graduação, essa escolha vai muito além do que você busca, pois está alinhada ao seu momento atual da vida. Se você é uma pessoa que busca praticidade e já tem algum conhecimento da área, ou não sente a necessidade de ir tão a fundo, mas pretende apenas melhorar uma habilidade específica, talvez fazer uma graduação não seja a melhor opção. Uma alternativa pode ser apostar em uma especialização para se aprofundar ou em um curso mais rápido, como bootcamps.

Na dúvida, sempre opte por estudar e se qualificar na área que deseja seguir, para não se tornar igual a pessoa do meme abaixo:

 

Muito mais do que um simples diploma

A área de dados em si exige uma constante capacitação. É um mundo muito novo, cheio de coisas a se explorar e de novas técnicas e tecnologias para se discutir. Então, precisamos sempre estar nos atualizando para acompanhá-lo, seja fazendo uma graduação ou optando por cursos de capacitação. 

Centro de Informática da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que possui Bacharelado em Ciência de Dados e Inteligência Artificial

Mas a graduação tem diversas vantagens. Fazer uma graduação é um mundo que vai te abrir muitas portas. Sem contar que temos muitas excelentes universidades públicas! Universidade vai além de conhecimento é formação! A experiência acadêmica nos proporciona fazer contatos, conseguir bolsas, ampliar indicações, ter experiência prática, fazer amizades com professores e muito mais. Um exemplo simples do preparo dentro das universidades são as atividades em grupo, que são oportunidades importantes para desenvolver as soft skills tão desejadas pelo mercado. 

Algumas pessoas querem fazer uma graduação porque preferem ter a vivência acadêmica, seguir uma grade curricular, ter um entendimento global da área e ter um bom embasamento teórico. Outras gostam de tirar dúvidas nas aulas, e preferem passar por toda essa experiência para se sentirem mais seguras e preparadas para o mercado de trabalho. E que, apesar da cobrança, sabem que ser bolsista durante a graduação é uma baita experiência!

 

O que a Academia tem pesquisado na área de dados?

Na área acadêmica, estamos sempre tentando ultrapassar a fronteira do conhecimento. Ou seja, estamos sempre tentando encontrar algo novo, descobrir um caminho que ninguém passou, melhorar algo que já existe, e, claro, questionar a ciência com uma ciência melhor!

Dá pra imaginar, portanto, que a lista dessas produções é bem grande mesmo. Mas vou destacar apenas dois desses temas pesquisados na área de dados:

– Desenvolvimento de novas técnicas: uma delas, que tem sido mais estudada e questionada para ser melhorada nos últimos 10 anos, sãos as redes neurais (profundas). Elas já estão presentes em diversas ferramentas e tecnologias que usamos no nosso dia a dia, mas continuamos a busca por melhoramentos nelas na Academia. 

– Avaliação de técnicas em problemas específicos: possivelmente, uma técnica proposta para a solução de problemas genéricos não terá o mesmo desempenho em problemas específicos. Uma técnica proposta para fazer a classificação de imagens de gatinhos e cachorrinhos pode não apresentar o mesmo desempenho para o problema da classificação de lesões de pele malignas (E a gente até perdoa a técnica, né?). Fazer avaliações comparativas em problemas específicos — onde os dados carregam uma informação muito específica do problema — é muito importante para validação das técnicas existentes e, consequentemente, proposição de novas técnicas.

Independentemente do que esteja sendo produzido, é sempre bom lembrar que precisamos gerar dados e produzir técnicas e tecnologias de forma ética.

 

É preciso ser uma pessoa pesquisadora para poder atuar na área de dados? 

As pessoas que se interessam pela pesquisa têm dúvidas acerca das suas possibilidades, levando em consideração que nem todas estão em um curso de mestrado ou de doutorado. Nas empresas, já é mais comum existirem cargos de pessoas pesquisadoras, onde quem assume essas posições ficam encarregadas de estudar os dados, fazer as provas de conceito, validar hipóteses, testar novas técnicas etc. São variados os questionamentos acerca da necessidade ou não desse vínculo para que seja possível fazer uma pesquisa. 

A primeira coisa que destaco é que a pesquisa é algo que realizamos de forma natural ao longo de nosso dia a dia. Independentemente da vocação ou inclinação para a pesquisa acadêmica, se precisamos comprar um produto por exemplo, uma roupa iremos pesquisar todas as informações sobre o produto, assim como sobre as suas funcionalidades e seus valores. Assim, uma boa pessoa pesquisadora é uma pesquisadora constantemente, visto que o tempo todo está observando o mundo à sua volta, como o meio em que vive e as situações diárias com as quais tem contato

Logo, podemos dizer que a palavra “pesquisadora” é um termo bem genérico para definir a pessoa responsável por atividades que usem da investigação para obtenção de respostas. Ele não é necessariamente e apenas a pesquisadora acadêmica, mas pode significar possuir a skill de pesquisa que está presente em pessoas que são inquietas, curiosas, estudiosas, criativas e inovadoras, que pensam no porquê das coisas serem da forma como são e se poderiam ser de outra forma. Essas pessoas irão investigar e buscar respostas para seus questionamentos, visando resolver algum problema, que pode ser encontrado dentro do meio acadêmico ou não. 

Então, se você tem alguma dessas características, você poderá sim atuar em qualquer área, principalmente na área de dados, já que busca respostas para problemas através da investigação dos dados o que conhecemos por cultura data driven. Para quem já trabalha ou deseja trabalhar na área de dados, ter a skill de pesquisa é essencial, pois a curiosidade e inquietação irão ajudar na hora de encontrar padrões, ter fôlego para pesquisar minuciosamente e buscar respostas na infinidade de informações disponíveis nos dados. 

 

Para quem seria interessante seguir em um mestrado ou doutorado na área de dados? 

Antes de qualquer coisa, você precisa ter em mente do porquê quer fazer um mestrado ou doutorado. Há exemplos e mais exemplos do que podem nos direcionar para esse caminho de seguir com uma pós-graduação stricto sensu, como é o caso do mestrado/doutorado. 

Durante a graduação, a pessoa já pode ter despertado o interesse pela carreira acadêmica, seja participando de algum projeto de pesquisa de um assunto que queira se aprofundar ou já tendo em mente alguma área que lhe aguce a curiosidade para ingressar em um mestrado/doutorado sobre a temática. Há casos também de pessoas que gostam de lecionar e decidem optar pelo mestrado/doutorado para seguir a carreira como docente ou até mesmo os dois: docente pesquisadore. 

Também é comum encontrarmos casos de pessoas de outra área de atuação, que querem ingressar em uma formação stricto sensu na área de dados para poder adquirir conhecimentos complementares, que será também um diferencial para a carreira. 

Então, cursar um mestrado/doutorado na área de dados acaba sendo um ganho tanto pessoal, por expandir o conhecimento sobre a área, quanto profissional. Afinal, a pessoa se tornará ainda mais capacitada para atuar na área de dados, e isso é valorizado tanto pelas pessoas empregadoras quanto por colegas de profissão.

 

E uma especialização ou um MBA?

Caso você não se interesse pelo mestrado/doutorado, pode optar por outros caminhos, como uma pós-graduação lato sensu, que pode ser uma Especialização ou um MBA. Já existem diversas opções na área de dados, onde o objetivo é proporcionar a estudantes uma formação em metodologia e técnicas dentro do mundo dos dados, empregando ferramentas, linguagens e ambientes computacionais presente nos dias atuais das grandes empresas.

O que diferencia uma pós-graduação lato sensu (especialização ou MBA) de uma stricto sensu (mestrado ou doutorado) é a finalidade de cada uma. A primeira é mais focada naquelas pessoas que desejam seguir na vida acadêmica; já a lato sensu é mais voltada para as profissionais do mercado de trabalho. 

Outra diferença é em relação às exigências para a realização dos cursos. Quem opta pelos cursos de lato sensu poderá fazer tanto a especialização quanto o MBA depois da graduação. Além disso, os cursos de lato sensu costumam ter uma duração menor do que os cursos stricto sensu. Por exemplo, a especialização pode durar entre 6 meses e 24 meses. Enquanto o mestrado dura de 12 a 24 meses, e o doutorado tem duração de 24 a 48 meses. Então, cada modalidade de pós-graduação atende a um público diferente, com perfis e objetivos profissionais distintos. Por isso, antes de fazer sua escolha, não deixe de considerar quais são os planos para a sua carreira.

Para finalizar, veja abaixo uma tabela com as principais diferenças entre os tipos de pós-graduação:

 

Referências:

 

CRÉDITOS

Autora

Andressa Marçal é especialista de dados na CI&T. Também conhecida como “a louca do Python”, é nordestina e apaixonada por dados e comunidades que incentivam as mulheres a entrarem e explorarem o mundo da tecnologia – tanto que fundou o PyLadies Paraíba.

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Revisora

Stephanie Kim Abe é jornalista, formada pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Trabalha na área de Educação e no terceiro setor. Esteve nos primórdios da Programaria, mas testou as águas da programação e achou que não era a sua praia. Mas isso foi antes do curso Eu Programo

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Este conteúdo faz parte da PrograMaria Sprint Área de dados.

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