Feedback não precisa acontecer em sessões individuais; é possível organizar rodadas que incentivam a participação de todo o time

créditos: Laura Lemos

Depois de entender o que é um feedback efetivo e o que ele pode fazer por sua carreira, vale considerar a maneira de fazer feedback. Algumas pessoas pensam que há apenas um jeito: sessões individuais (ou um a um). Essa é provavelmente uma das dinâmicas mais usadas, mas existem outras maneiras bacanas de fazer rodadas de feedback que incentivam a participação do time e discussões relevantes em grupo.

Vamos falar sobre como apoiar o aprendizado de colegas e como aprender junto sobre o trabalho que vocês fazem enquanto time.

SPEEDBACK OU SPEED ​​FEEDBACK

Speedback é semelhante ao speed dating, você já ouviu falar? Nas sessões de Speedback, você tem cerca de 6 minutos para dar e receber feedback. Durante 3 minutos você receberá feedback e nos outros 3 minutos você dará feedback. Quando o tempo acabar, trocam-se os pares e repetimos a mesma dinâmica até que todas as pessoas do grupo tenham dado e recebido feedback de todos os indivíduos.

A melhor parte do Speedback é a agilidade com que a dinâmica acontece, então você precisa pensar em feedbacks concisos e se concentrar no que realmente importa. É uma ótima maneira de praticar habilidade de síntese e eu acho bastante leve e divertido, porque tira um pouco da pressão. Às vezes, as pessoas não se sentem à vontade para dar feedback ou têm dificuldade de encontrar o momento certo para fazê-lo. Especialmente se são pessoas tímidas ou que ocupam posições inferiores na hierarquia da empresa, como estágio, trainee ou júnior. Alguém também pode sentir que não pertence a esse local porque faz parte de um grupo marginalizado.

Essa dinâmica coloca as pessoas no mesmo nível, pois todo mundo tem oportunidade de falar e ouvir.

Assim, é possível desenvolver confiança e começar a fazer isso de maneira mais natural. Além disso, é uma oportunidade de escutar todas as pessoas com quem você trabalha no mesmo dia e receber muitas perspectivas diferentes sobre o mesmo assunto. Você pode definir os tópicos que deseja receber feedback anteriormente à sessão, e as pessoas irão preparar o feedback com base no que você pediu. Mais do que nunca, para Speedback preparação é indispensável. Sem essa etapa, a dinâmica será um desastre.

Segue o post de Luiza Nunes para quem quer aprender como facilitar uma sessão do Speedback. Se seu time é remoto, o post de Amanda Vieira pode te ajudar.

RETROSPECTIVA

Eu sinto que as pessoas não costumam descrever retros como dinâmica de feedback, porém são! A Retrospectiva é uma oportunidade para o time se inspecionar e criar um plano de melhorias a serem implementadas durante a próxima sprint. Em vez de pensar nos pontos fortes e fracos de uma única pessoa, pensaremos nas conquistas e dificuldades da equipe.

Idealmente, a retrospectiva ocorre após a revisão da sprint e antes do próximo planejamento da sprint, e o time todo deve comparecer. Geralmente, a equipe decide quais tópicos querem discutir e escolhem uma pessoa para facilitar a reunião. Quem está facilitando deve encontrar uma dinâmica de retro que permita à equipe refletir sobre os tópicos levantados. Uma retro comum é discutir o que correu bem, o que poderia ser melhorado e, em seguida, definir uma lista de ações com as quais nos comprometeremos a melhorar na próxima sprint. É responsabilidade do time inteiro dar continuidade às ações acordadas, por isso retrospectivas ensinam muito sobre comprometimento e propriedade. Todas as pessoas são responsáveis ​​pelos sucessos e fracassos coletivos.

Eu adoro o fato de que retros são inicialmente anônimas, você só se identifica se quiser. Portanto, se alguém está com sentimento de insegurança, é uma ótima maneira de descobrir esse problema.

Alguns times costumam fazer uma verificação de segurança antes de iniciar a retro para entender o quão segura a equipe se sente em compartilhar seus pensamentos e sentimentos. Se a segurança for baixa, há um grande problema na dinâmica do time que precisa ser corrigido imediatamente. Então, a retro será pausada e as pessoas discutirão porque a equipe não está se sentindo segura para falar o que pensa. Não se trata de apontar o dedo; trata-se de saber como as pessoas estão se sentindo no ambiente de trabalho.

Existem muitos tipos de retrospectivas, cada modelo gera discussões diferentes e direciona problemas diversos. Se você deseja saber mais, acesse Fun Retrospectives.

Quer saber mais sobre feedback? Saiba que o feedback não é uma solução para todos os problemas. Descubra os Limites do Feedback: quando é hora de ir além do feedback.
Laura Lemos Product Design Lead

UX Designer, agilista, criadora de conteúdo e pesquisadora. É palestrante e professora com objetivo de compartilhar e democratizar o acesso ao conhecimento. Atualmente tem focado em temas como implementação e consolidação de processos ágeis e soft skills. Redes sociais: LinkedIn